quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tempo que se foi


De repente você se dá conta de que fica uns bons anos sem ir a um lugar e tem apenas a lembrança, a memória de um tempo bom, de um tempo ruim, de um tempo, de um passado, uma lembrança apenas, não importa. Uma nostalgia.

Aí você tem vontade de rever seu passado e talvez reviver uma lembrança, nem que seja em pensamento, através dos olhos da alma. Mas quando volta ao lugar, ele já não existe mais.

E aí? Faz o quê?

A mesma coisa acontece com as pessoas. Você fica muitos anos sem ver alguém e tem uma imagem dessa pessoa. Quando vai encontrar essa pessoa, acha que ela é como sempre foi, como era da última vez em que a viu - o que é normal, não é? Mas ela está diferente agora. Ou você está. Ou todos estão. As pessoas que você tanto conhecia já não existem mais, hoje são estranhos pra se conhecer novamente.

De repente você cai na real de que tudo não passa de memórias, que tudo o que temos são somente as memórias, as fotos que tiramos com nossos olhos e guardamos em nossa mente, e que infelizmente vão se apagando com o tempo e no fim das contas resta o que é/foi mais marcante, o que gerou as emoções mais fortes.
Hoje trabalho muito com minha memória, não quero esquecer de nada, tenho um pequeno desespero por isso, porque não é de hoje que percebo que no fim da vida poderemos não ter nada. Nem papéis com registros de nada, nem fotos impressas, nem blogs, nem e-mails, nem pessoas pra nos fazer lembrar de algo, nada. É melhor prevenir trabalhando com a memória mesmo.

Às vezes é bom sentir um sentimento pesaroso como a nostalgia, a tristeza de uma saudade boa, porque nos faz refletir... Então deixo essa reflexão agora com vocês: Vocês tem dado valor ao que/quem realmente merece? O tempo passa. E logo tudo não passará da sua memória...

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