É... Felicidade vicia! Vicia mesmo, e tudo o que vicia faz
mal. Todo vício faz mal, você fica dependente e não é feliz sem isso. Hoje eu
sou uma dependente. Porque por 2 meses, mais ou menos, que foi o período das
minhas férias, eu tive a felicidade vinte e quatro horas por dia - e não menos
que isso. Eu fui feliz por completo, eu dei risada de verdade até o estômago
doer, eu estive apenas com pessoas com quem eu queria estar, me senti à vontade, eu brinquei muito
como uma criança sem pensar nas consequências, sem pensar se estava ou não
pagando micos ou passando por vergonhas. Eu fiz só o que eu queria fazer, eu
fui só aonde eu queria ir, eu li tudo o que eu quis, eu estudei também apenas os
assuntos que eu quis. E uma semana antes de acabar as férias e eu voltar para a
faculdade, eu fui caindo na real. Então fui presa dentro de mim e não tive minha despedida das férias, da liberdade. Então comecei a faculdade. Eu não estava feliz,
eu não estava empolgada por ter voltado às aulas, eu não estava empenhada nem animada para estudar, porque eu não queria. Eu não queria estar ali, não ainda.
Não estava
pronta.
Ainda não estou pronta.
Sentia como se eu estivesse em um vortex do
qual não conseguia escapar. Me bateu um desespero, ainda sentia o mundo girando, sentia o furacão que se
instalou dentro de mim, a guerra de aceitação da realidade da qual não
conseguia vencer... Ou perder. Foi uma guerra violenta. Sempre é. Por vezes fatal. Eu gosto
do que estudo, porém não estava feliz. Queria estar. Eu conseguia segurar meu
vício, mas estava sofrendo por isso. Então me veio a questão: Me entregar ao
vício da felicidade ou ser forte e seguir em frente sofrendo?
Me entreguei.
Decidi continuar sendo feliz. Meu mundo virou
de pernas pro ar. Muita coisa se destruiu, até família eu perdi, por não
entenderem que eu queria ser feliz acima de tudo e não importava como. Fazer o
quê?
Não há escolha sem renúncia.
E eu renunciei o que foi preciso pra ser feliz. Talvez isso não seja tão bom, mas meu lema é "felicidade acima de tudo" desde que fui feliz pela primeira vez.
Não há escolha sem renúncia.
E eu renunciei o que foi preciso pra ser feliz. Talvez isso não seja tão bom, mas meu lema é "felicidade acima de tudo" desde que fui feliz pela primeira vez.
Encaro essa vida deprimente que eu tinha como uma cúpula,
assim como a cúpula do filme Os Simpsoms, pra ilustrar bem. É difícil sair. Primeiro
é difícil pensar em quer sair. Mas quando se coloca algo na cabeça... E
eu coloquei, comecei a pensar, a refletir, e decidi ser feliz acima de tudo.
Assim, consegui escapar da cúpula. Mas, quando escapei, quando vivi a vida, não
quis voltar atrás, porque ninguém quer voltar atrás quando conhece algo novo que faz seu coração bater mais rápido e mais forte, quando se sente a adrenalina que algo causa, quando sente aquela alegria, o sentimento de paixão, aquele êxtase. Quando se aprende a viver
e ser feliz, se deixa de lado a vida que o sistema impõe. Foi o que eu fiz. E quando
eu deixei de lado o sistema, percebi
como se entra em depressão, porque assim percebi que não há meios de se viver
sem ele...
Aí comecei a cair.
O vortex piorou.
E ainda está piorando.
Caindo...
Caind...
Cain...