Bom, como o livro é DOM CASMURRO de Machado de Assis – um clássico
brasileiro, penso ser justo escrever tudo o que achei desse livro, no mínimo,
maravilhoso.
Selecionei alguns trechos do livro, que são meus preferidos!
Amei o modo pelo qual ele escreveu cada palavra interligando a outra, uma frase
sobre um assunto interligando outra de outro assunto completamente distinto,
mas numa conexão perfeita de cenas e fatos! No geral acho que é um livro que
todo homem deve ler! Não sei exatamente o porquê, mas tive essa sensação
enquanto lia. Não pelo fato de o personagem principal ser um homem e o livro ser escrito em 1ª pessoa, por que já li outros livros assim e não acho que sejam exclusivos
de leitores homens. Nem Dom Casmurro eu acho exclusivo, mas é imprescindível
que um homem leia.
Bom, vamos aos trechos:
Poeta “Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras?...”
Sobre sombras que simbolizam lembranças que não voltam... Enquanto ele descreve
sobre o que falará no livro!
“A premissa antes da consequência, a consequência antes da
conclusão”
Sobre o jeito que o agregado Jose Dias andava, muito lento.
“Se a felicidade pode ser comparada à sorte grande, eles a tiraram
no bilhete comprado de sociedade.”
Sobre a foto de casamento dos pais, tinha o
pensamento de que eram muito felizes!
“Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar as do amar,
tinha orgias de latim e era virgem de mulheres.”
Sobre o que Capitu escreveu na
árvore, os nomes dos dois.
“Há cousas que só se aprendem tarde é mister nascer com elas
para fazê-las cedo. E melhor é naturalmente cedo que artificialmente tarde.”
Sobre dissimular na frente do pai de Capitu, sobre jogo de quem ri primeiro.
Estavam prestes a se beijarem e Capitu fingiu que estavam brincando quando o
pai entrou de repente.
“Talvez esse discreto silêncio sobre os textos roídos fosse
ainda um modo de roer o roído.”
Sobre uma conversa com um verme gordo que roía seus
livros. Algumas vezes o personagem viaja mesmo no pensamento...
“Os sonhos do acordado são como os outros sonhos, tecem-se
pelo desenho das nossas inclinações e das nossas recordações.”
Sobre imaginar
pedir ao Imperador que o absolvesse de ter que ir ao seminário.
“Se ainda não disse, aí fica. Se disse, fica também. Há
conceitos que se devem incutir na alma do leitor, à força de repetição.”
Sobre frisar
bem o que quer que entendamos. Achei muito legal o jeito de ele lidar com o
leitor.
“Não nos censure, piloto de má morte, não se navegam
corações como os outros mares deste mundo”
Sobre a paixão que sentia por
Capitu. O modo que ele nos chama de "piloto de má morte" é engraçado, eu ri. Não quis censurar pelo que estavam fazendo, por isso ri.
“Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na
manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva. (...) Aos quinze
anos, tudo é infinito”
Sobre a despedida de Bentinho e Capitu antes de aquele
ir para o seminário.
“Ora, há só um modo de escrever a própria essência, é conta-la
toda, o bem e o mal”
Sobre o modo pelo qual ele escreve o livro. Conta suas
qualidades boas e ruins.
“Escapei ao agregado, escapei a minha mãe não indo ao quarto
dela, mas não escapei a mim mesmo. Corri ao meu quarto, e entrei atrás de mim.
(...) A vontade que me dava era cravar-lhe as unhas no pescoço, enterrá-las
bem, até ver-lhe sair a vida com sangue...”
Sobre o modo em que demonstra o tamanho
do ciúmes que sente de Capitu, pelo simples fato de José Dias ter comentado
sobre ela arranjar um marido um dia e de ela estar conversando sorridente com
sua mãe. Não era nada certo de que ela arranjara alguém, e Bentinho já ficou
bravo com Capitu sem antes conversar com ela.
“Na vida comum, o ato de terceiro não desobriga o
contratante; mas a vantagem de contratar com o céu é que intenção vale
dinheiro.”
Sobre a promessa que sua mãe fez de que se o filho sobrevivesse, ela
daria um seminarista a Deus.
“Ao certo, ninguém sabe se há de manter ou não um juramento.
Coisas futuras!”
Sobre o juramento que fez à Capitu de nunca esquecer uma
música que ouviam quando crianças. Ela esqueceu, ele não, mas quase. Não
esqueceu porque pediu a um colega do seminário que escrevesse (com partitura) para guardar para sempre.
“Não confundam purgatório com inferno, que é o eterno
naufrágio. Purgatório é uma casa de penhores, que empresta sobre todas as
virtudes, a juro alto e prazo curto.”
Sobre ser pecado jurar e não cumprir (em
relação à frase anterior). Achei muito interessante o modo em que ele descreve
o purgatório e o inferno! Acho sempre interessante tais definições, visto que
eu creio em outras coisas...
“As pessoas valem o que vale
a afeição da gente, (...) quem o feio ama bonito lhe parece.”
Sobre Capitu, e
sobre não gostar de nenhuma outra moça. Pensa que todas as outras são feias,
mas há de ter alguém que ache o contrário.
Pronto! Esses foram os
trechinhos que achei interessantes do livro, acabou que foram vários!
Essa foto acima foi a primeira impressão do livro, que eu tive o prazer de ver com meus próprios olhos no Museu Oscar Niemeyer em dezembro de 2011! Juntamente com várias outras obras literárias...
Estou ansiosa para ler outro
livro de Machado de Assis, será que a linguagem é da mesma forma? Achei muito
legal e me arrependo de não ter lido este livro antes! (não li na época do
vestibular, como todos ¬¬)
Espero saber o que acharam e também espero dicas do que escrever em meu próximo post!